quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pr.Sila Malafaia - Rejeite a Preocupação e Viva em Paz




REJEITE A PREOCUPAÇÃO
E VIVA EM PAZ


SUMÁRIO

Apresentação.
Capítulo 1- A ansiedade, a vida moderna e as limitações do ser humano.
O que é ansiedade.
Preocupação com as doenças.
Preocupação com a violência.
As limitações do ser humano.
Somos limitados pelo tempo.
Somos limitados pelo espaço.
Somos limitados às circunstâncias.
Capítulo 2 - Como rejeitar a preocupação e viver em paz.
Apurando a causa da preocupação.
Vivendo de acordo com a nossa capacidade.
Dizendo não ao inconformismo crônico.
Aprendendo a vivenciar cada momento.
Capítulo 3 - Outras formas de evitar preocupações extras.
Não assumindo a vida de outra pessoa.
Pensando em coisas boas.
Capítulo 4 - Lançando sobre Cristo a ansiedade
Lançando os nossos cuidados sobre o Senhor pela Oração.
Fazendo petições e súplicas a Deus.
A oração com ação de graças.
Crendo em Deus.
Jesus é o Príncipe da paz.


APRESENTAÇÃO

O que é ansiedade? Quais os tipos mais comuns? O que ela provoca e por que a sentimos? Como rejeitar a preocupação excessiva e viver em paz, sem deixar que os cuidados desta vida nos abalam e façam-nos adoecer?
Com base em 1 Pedro 5.7, um texto bíblico muito conhecido pelos evangélicos, analiso o que implica lançar sobre Cristo toda a nossa ansiedade e incentivo a Igreja a crer que o Senhor cuida de cada um de nós, que Ele é poderoso para nos dar paz em meio à tribulação e para nos fazer vitoriosos, provendo um escape e o milagre de que precisamos.
Que este livro o ajude a entender as causas de sua preocupação, a lançar sobre Jesus a sua ansiedade e a aprender a desfrutar da paz do Senhor, que excede todo o entendimento humano e independe das circunstâncias que vivemos!
Que as idéias compartilhadas aqui contribuam para que você, como filho de Deus, olhe para o Autor e Consumador da sua fé e para Suas maravilhosas promessas, enxergue além do dia mau, rejeitando a preocupação e vivendo em paz!

Boa leitura!


CAPÍTULO 1
A ANSIEDADE, A VIDA MODERNA
E AS LIMITAÇÕES DO SER HUMANO

Vivemos tempos difíceis. A vida moderna tornou-se mais acelerada e estressante. Nas cidades, a falta de contato com a natureza, a poluição sonora e a visual, o trânsito caótico e a violência fazem as pessoas se tornarem mais cansadas, irritadas e desconfiadas.
Além disso, os problemas econômicos mundiais, o desemprego, a competitividade e o consumismo estimulados por nossa sociedade capitalista contribuem para que vivamos preocupados com a sobrevivência e em ter mais dinheiro e bens de consumo. Assim, trabalhamos mais, e desfrutamos menos daquilo que realmente tem valor: a comunhão com Deus e com o nosso próximo, porque o ritmo estressante da nossa vida nos impede de ficar a sós, descansar e refletir sobre nós mesmos e nossa trajetória de vida, bem como de ter um tempo livre para conversar e trocar experiências profundas com nossos semelhantes — o que nos ajudaria a administrar melhor as nossas emoções e a compreender as nossas reações aos outros.
Esse quadro de pressão e estresse tem favorecido o adoecimento do corpo e da alma humana; tem provocado síndromes nervosas, cujos sintomas mais comuns são dores musculares, de cabeça, aperto no peito, nó na garganta, taquicardia, pressão arterial alterada, a sensação de vazio no estômago, perda do apetite ou compulsão por comida, tontura, vertigem, falta de memória, confusão mental, insônia, irritação, fadiga, estafa.
Por que isto ocorre? O que a ansiedade crônica provoca? A Palavra de Deus é bem clara: A ansiedade no coração do homem o abate (Provérbios 12.25 ARA), torna-o enfermo, cansado e improdutivo. Então, como evitá-la?
O que é ansiedade?
Antes de respondermos a essa pergunta, precisamos entender que a ansiedade é uma resposta normal do organismo humano a situações de perigo real ou imaginário. A pessoa fica "acelerada" e atenta a tudo. Logo, a ansiedade, em um nível normal, pode até ser benéfica, pois coopera para que a pessoa não cometa erros, não desperdice tempo e recursos, e não venha a comprometer sua honra, reputação, seu emprego e seus bens mais preciosos.
A ansiedade normal gera uma energia extra, que desperta os nossos sentidos e a nossa imaginação, ajudando-nos a perceber as causas dos nossos problemas e as possíveis soluções, além de motivar-nos a vencer obstáculos e seguirem frente. Em outras palavras, a preocupação, em uma dose normal, não nos prejudica; antes, estimula-nos a agir com precaução e vigor em meio às adversidades.
Vejamos um exemplo. Neste século, pelas pressões do mercado de trabalho, as pessoas são estimuladas a aprimorarem-se cada vez mais em faculdades e cursos de pós-graduação, a fim de garantir a empregabilidade. Neste caso, a preocupação, num nível normal, com a sobrevivência tornou-se um agente motivador para que as pessoas cresçam intelectual e profissionalmente.
Contudo, quando a ansiedade domina alguém, sobrecarrega a mente deste, bloqueando sua capacidade de pensar e reagir com sabedoria às adversidades, de enxergar soluções e alternativas, de confiar em Deus e crer que Ele intervirá com poder para lhe garantir a vitória.
Assim, muitas pessoas vivem preocupadas com coisas que ainda não aconteceram, em constante estado de medo e inquietação. Elas não conseguem colocar sua cabeça no travesseiro e ter uma noite tranqüila de sono reparador; não relaxam nunca. A preocupação exagerada envenena-lhes a mente, neutralizando a percepção e a ação delas. E o estresse tem o efeito de uma bomba, pois o organismo, em constante estado de aceleração, fica cansado e debilitado, com baixa imunidade. Isso pode levá-las a cultivar outros tipos de preocupação, especialmente com a saúde e a violência.
Preocupação com as doenças
Um fator que tem causado preocupação exacerbada nas pessoas é o medo de estarem sofrendo de algum tipo de doença, mesmo com a confirmação médica de não haver qualquer enfermidade. Esse tipo de preocupação tem um nome: hipocondria, e é considerada pelos especialistas uma doença crônica que pode provocar perturbações e disfunções psicofisiológicas, além de problemas familiares e sociais.
Preocupar-se com a saúde, é normal. Todos nós temos de cuidar bem do nosso corpo, da nossa alma e do nosso espírito, a fim de não adoecermos.
Somos uma unidade psicossomática. Quando algo vai mal em nossas emoções ou espiritualmente, nosso corpo padece; e vice-versa. O que não é normal é viver em função de uma preocupação crônica com doenças.
Precisamos fazer tudo o que está ao nosso alcance para termos saúde. Devemos alimentar-nos bem, fazer alguma atividade física (caminhar, nadar), descansar, ter contato com a natureza, desfrutar de momentos a sós para a introspecção e momentos de lazer com a família e os amigos, lambem precisamos, pelo menos anualmente, fazer um check-up, para verificar se há algum problema, a fim de tratá-lo logo no início.
Essa é a nossa parte, como mordomos de Deus. Mas não podemos viver desesperados, ansiosos, com a idéia de uma doença. Devemos sim, cuidar de nós mesmos e buscar a cura para as enfermidades que nos afligem, crendo que o Senhor nos guardará do mal. Essa é Sua promessa para os que se aliançaram com Ele:
Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara.
Êxodo 15.26
O Senhor prometeu isso e é poderoso e fiel para cumprir!
Preocupação com a violência
Outro fator que muito preocupa as pessoas é a violência, que tem crescido assustadoramente nas últimas décadas, devido a fatores espirituais e socioeconômicos.
Como previu o apóstolo Paulo, os últimos dias seriam maus. A demolição dos valores tradicionais e a valorização de modelos negativos, a ausência paterna, a corrupção e a impunidade que imperam nesta sociedade, somadas à miséria e ao desemprego, são fatores que têm contribuído para a formação de indivíduos egoístas, egocêntricos, sem afeto natural, que não honram os pais e não respeitam as autoridades nem os seus semelhantes.
Convivemos com uma geração de pessoas vazias, sem temor a Deus, sem limites, sem princípios éticos e morais e sem senso de família; pessoas frágeis emocionalmente, vulneráveis às drogas, ao álcool, à corrupção e outros tipos de perversão e à violência, que gera mais violência.
Não é isto que todos os dias os noticiários nos informam? O tráfico alicia adolescentes, que acabam praticando vários delitos nas ruas. Eles acabam indo presos e ou morrendo em confrontos com a Polícia e grupos rivais. Jovens morrem e matam no trânsito, por dirigirem embriagados ou drogados, ou em discussões por banalidades. Pais assassinam filhos; e filhos, os pais. Tudo isso gera preocupação, angústia e medo na população. A sensação de insegurança é geral. Não é à toa que é cada vez mais comum pessoas com transtornos de ansiedade v síndrome de pânico.
Precisamos vigiar, estar atentos e tomar certos cuidados. Essa é a nossa parte. Contudo, de nada adiantará sofrer por antecedência e paralisar a nossa vida, com medo de sair de casa. Precisamos crer em Deus e não colocar a nossa segurança em risco, indo a lugares perigosos ou associando-nos com pessoas ímpias. Além disso, devemos ter a convicção de que o Senhor está conosco, guardando-nos. Ele é a nossa real segurança. Afinal, como disse o salmista: Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela (Salmo 127.1 b). Contudo, se Ele estiver conosco, mil cairão ao nosso lado, dez mil à nossa direita, mas nós não seremos atingidos (Salmo 91.7).
Vale a pena servir a Deus. Os que habitam no esconderijo do Altíssimo não precisam temer peste perniciosa, espanto noturno, a seta que voe de dia, nem mortandade que assole ao meio-dia. Eles estão protegidos; são cuidados e direcionados pelo Guarda de Israel, que não cochila nem dorme!
Quem teme ao Senhor é bem-aventurado. Não precisa morrer de ansiedade, perder noites de sono preocupado com o futuro, porque o seu futuro está escondido, guardado em Cristo.
As limitações do ser humano
Por que somos ansiosos? Porque, por mais inteligente e bem preparado que alguém seja, como ser humano, é mortal e está limitado ao tempo, ao espaço e às circunstâncias. Não tem o controle sobre a sua própria vida e o seu futuro.
A nossa vida aqui na terra é curta, passa rápido e é cheia de imprevistos que não podemos controlar. Mas, graças a Deus, podemos contar com a ajuda do Senhor que fez os céus e a terra e o homem à Sua imagem e semelhança.
Deus é o nosso Provedor e Ajudador! Contudo, é necessário termos humildade para reconhecer que somos frágeis e limitados, que precisamos do Senhor para ter uma vida saudável, cheia de significado e abundante.
Analisemos mais detalhadamente as nossas limitações, a fim de compreendermos melhor por que nos preocupamos tanto e por que devemos aprender a confiar mais em Deus.
Somos limitados pelo tempo
As nossas limitações podem ser percebidas desde que somos gerados. Depois que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, precisa de nove meses para o feto se desenvolver e o bebê estar pronto para viver fora do útero materno. Após o nascimento, ele leva quase um ano para engatinhar e falar. Entre 10 e 12 anos, a criança passa por profundas transformações fisiológicas e psicossociais. Nesta fase da puberdade, ela descobre que os pais não são super-heróis e que a vida não ó uma fantasia; há escolhas sérias a serem feitas, < mu conseqüências tremendas. A partir dos 21 anos, o jovem alcança certa maturidade; aos 30, atinge o ápice da vida adulta; e a partir de então só acumula experiências. E quando pensa que já sabe muito, está mais próximo da morte.
Tudo passa por um processo de nascimento, crescimento e amadurecimento. Até o Senhor, ao criar o mundo, fez cada coisa ao Seu tempo (Gênesis 1.1—2.3). Isto não significa que Ele seja limitado como os seres humanos. Significa que Ele segue uma ordem, faz tudo com organização, planejamento e eficácia. Ele é minucioso; perfeito nos mínimos detalhes.
Desde antes de nosso nascimento até o momento de nossa morte, Deus está realizando os Seus propósitos, mesmo que nem sempre sejamos capazes de entendê-los. Contudo, se conseguirmos perceber que há um tempo específico para cada coisa (Eclesiastes 3.1-8), vamos cooperar com o kairós de Deus, certos de que tudo o que vem do Senhor é bom e acontece no seu devido tempo.
Não adianta querer, da noite para o dia, querer ser uma pessoa bem-sucedida profissionalmente, sem antes estudar, fazer estágio, ganhar experiência e continuar aprimorando seus conhecimentos. Somente após anos de empenho, dedicação e investimento na sua carreira, uma pessoa obtém know how e alcança um patamar mais elevado.
Não adianta querer acelerar certos processos. Se o fizermos, estaremos comprometendo as bases, e o resultado pode ser desastroso. Há coisas que dependem apenas de nós e da nossa maturidade. Dependem também do amadurecimento de outras pessoas e de outros fatores. Logo, não adianta morrer de ansiedade por algo que ainda está por vir, porque, como diz um ditado popular: "o futuro, a Deus pertence". Daí as recomendações bíblicas:
Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que produzirá o dia.
Provérbios 27.1
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
Mateus 6.34
Se você está em Cristo e é obediente à palavra de Deus, no tempo certo, aquilo que você deseja e o Senhor lhe prometeu acontecerá. Faça a sua parte, e deixe o resto com Deus.
Somos limitados pelo espaço
O ser humano também está limitado ao espaço que ocupa. De acordo com uma lei da física, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Sendo assim, uma pessoa não pode estar em dois lugares simultaneamente, resolvendo vários assuntos, por mais que deseje. O único ser onipresente é Deus (Salmo 139.7-10).
Então, não adianta ela ficar ansiosa e estressada. É necessário estabelecer prioridades, fazendo cada coisa ao seu tempo, de acordo com as suas reais possibilidades.
O apóstolo Paulo entendia isto perfeitamente. Após tornar-se apóstolo dos gentios, ele desejou evangelizar na Ásia, mas o Espírito Santo o impediu. Quando chegou a Mísia, intentou ir à Bitínia, mas o Senhor ordenou que ele fosse para a Macedônia. Paulo obedeceu. Não podia estar nos dois lugares; então, acatou a prioridade estabelecida pelo Senhor, e foi uma bênção (Atos 16.6-10).
Como Paulo, devemos ser obedientes a Deus, priorizar o que é mais importante e não nos deixar levar pela ansiedade e a preocupação excessiva, porque isso só faz mal.
Somos limitados às circunstâncias
Também estamos limitados às circunstâncias desta vida, a qual é imprevisível. Num determinado momento tudo pode parecer estar dando certo, caminhando rumo ao que esperamos. Mas, de repente, podemos ser surpreendidos por uma tribulação ou uma fatalidade que interfira em nossos planos. Pode ser desde um simples atraso, provocado por um engarrafamento no trânsito ou um vôo cancelado, até a perda de um emprego ou de alguém querido. Não importa! Somos limitados pelas circunstâncias da vida e devemos aprender a lidar com isso de forma inteligente e saudável, a fim de que ajustemos nosso planejamento, sem perder o ânimo e o foco.
Para não darmos lugar à ansiedade e ao desespero, e não fazermos besteira, antecipando-nos aos fatos e prejudicando os resultados, precisamos lembrar-nos de que Deus está no controle de tudo; a qualquer momento, Ele pode intervir fazendo com que tudo concorra para o bem daqueles que o amam e foram chamados por Seu decreto.
Neste capítulo, vimos em que consiste a ansiedade e por que ficamos ansiosos. No seguinte, veremos algumas medidas simples que podemos tomar, a fim de evitá-la e viver em paz.


CAPÍTULO 2
COMO REJEITARA PREOCUPAÇÃO
E VIVER EM PAZ?

É possível viver em paz em meio à adversidade, o dia mau? Sim! t isso que vemos nas Escrituras e na vida daqueles que são cristãos genuínos; daqueles que experimentaram a paz de Deus, que excede lodo o entendimento humano. Essa paz não depende da ausência de guerras e conflitos. Ela é gerada pelo Espírito Santo em nosso espírito (Gálatas 5.22).
Antes de Jesus retornarão céu, Ele advertiu os discípulos de que no mundo eles teriam aflições, mas deviam ter bom ânimo porque Aquele que venceu o pecado, o mundo e o diabo estaria com eles até a consumação dos séculos (João 16.33; Mateus 28.20). Jesus disse: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize (João 14.27).
Foi essa paz gloriosa que Pedro vivenciou, mesmo quando foi preso por ordem de Herodes, para depois ser julgado e morto. O episódio é narrado em Atos 12.
E interessante notar que, mesmo na prisão, acorrentado entre dois soldados e muito bem guardado, Pedro dormia tranquilamente, pois tinha paz. Ele não estava desesperado com a idéia de morrer por causa do evangelho. Ele acreditava no que pregava. Sabia que Cristo era real e fiel para cumprir tudo o que lhe prometera.
Qualquer um que não tivesse tantas experiências com o Senhor poderia ficar desesperado, blasfemar contra Deus e reclamar da própria sorte. Mas Pedro não o fez. Ele sabia que, independente das circunstâncias, Deus estaria no controle e era com ele; o que o apóstolo não sabia é que Deus já havia tomado providências para libertá-lo.
E você, como reage às adversidades? Fica ansioso e desesperado, ou confia sua preocupação a Deus, certo de que Ele enviará o socorro de que necessita? Se quer aprender a evitar a ansiedade, deve saber que há algumas medidas que não dependem de Deus, mas de nós, tais como detectar o que costuma preocupar-nos, não inverter prioridades, viver de acordo com a nossa capacidade e saber vivenciar cada momento.
Apurando a causa da preocupação
O salmista disse:
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois eu ainda o louvarei. Ele é o meu Deus e  a salvação de minha face.
Salmo 42.11
Se você deseja mesmo rejeitar a preocupação e viver em paz, em primeiro lugar deve perguntar a si mesmo por que está tão preocupado e o que está se passando com você. Quando fizer uma análise introspectiva, poderá verificar se o motivo de suas preocupações está ligado a coisas reais ou irreais, de pequeno ou de grande valor.
Conversando com nós mesmos, às vezes descobrimos que muitas coisas com as quais nos preocupamos são devido a medos infundados, possibilidades irreais, que superdimensionamos por causa de nossa insegurança ou ótica distorcida da realidade. Então, precisamos voltar-nos para o Senhor e pedir que Ele corrija nossa visão.
Outras vezes, ficamos ansiosos, gastamos tempo e energia pensando em coisas triviais, como a roupa que vamos vestir, o carro que vamos dirigir, onde vamos morar. Eventualmente, essas preocupações nos sobrevêm. Mas não é normal viver ansioso com isso, preocupar-se mais com os bens materiais do que com a própria vida. Isso é uma inversão de valores. É trocar o essencial pelo secundário, o que vale mais por aquilo que vale menos.
Jesus disse:
Não andeis ansiosos quanto à vossa vida pelo que haveis de comer e de beber, nem quanto ao vosso corpo pelo que haveis de vestir. Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas [a comida, o vestuário, a moradia] vos serão acrescentadas.
Mateus 6.25,26, 28,30-33
Se Deus tiver a primazia da nossa vida, Ele suprirá as nossas necessidades básicas. Ele proverá um trabalho honesto, para ganharmos o pão de cada dia e assegurarmos uma moradia, roupas etc. Não é necessário perder noites de sono por causa dessas coisas. E necessário crer em Deus e fazer a nossa parte. Acordar cedo, e ir procurar emprego; e quando estiver empregado, chegar ao trabalho no horário, realizar as atividades com responsabilidade e disposição. O resto o Senhor acrescentará. E Ele o que te dá força para adquirires riquezas (Deuteronômio 8.18 ARA)!
Vivendo de acordo com a nossa capacidade
Além de apurar a causa da sua ansiedade, se você quer rejeitar a preocupação e viver em paz, deve aprender a viver de acordo com suas reais possibilidades.
Atente o que o apóstolo Paulo disse em Romanos 12.16: Não ambicioneis as coisas altas, mas acomodai-vos às humildes. Alguém pode interpretar este versículo ao pé da letra, e dizer: "pastor, então quer dizer que a gente não precisa ter objetivo de vida; temos de ser um 'zé ninguém'?" Não! Não confunda humildade com desinteresse pela vida.
O que o apóstolo disse foi o seguinte: "não ambicione coisas maiores do que a sua capacidade; do que a sua estrutura física, psicológica, emocional, financeira. Você precisa saber quem é você e aprender a viver de acordo com o que recebeu".
Esse conselho está em consonância com o que Jesus ensinou na parábola dos dez talentos, em Mateus 25.14,15. Nelas, vemos que o Senhor distribuiu os talentos conforme a capacidade de trabalho de cada empregado. Este foi o critério para uns receberem mais responsabilidades do que outros.
Isso não quer dizer, de modo algum, que uma pessoa é menos importante do que outra. Todos nós temos a nossa importância dentro da organização em que vivemos, mas conhecer a nossa capacidade e aceitar as nossas limitações é a melhor coisa para evitarmos preocupações extras e vivermos em paz.
O problema é que alguns acham que só porque receberam um talento não devem ser produtivos. Então, enterram-no e vivem amargurados. Não se contentam com o que têm e esquecem-se de que, se administrarem bem aquela responsabilidade, poderão receber outras. Ou então, ignoram a sua realidade, e gastam mais do que podem. Resultado: compram, e não pagam. Vivem atormentados pelas dívidas e pelos credores.
Hoje em dia, há tantas pessoas preocupadas, porque estão insistindo em viver um nível de vida que não corresponde à sua realidade.
Algumas, para ter os bens de consumo que desejam, costumam fazer dívidas com cartão de crédito, pagando taxas de juros altíssimas, que chegam a 14% ao mês. Assim, elas amontoam dívidas e estouram o seu orçamento.
Outras se acostumaram com um nível de vida alto. Tinham um bom emprego, ganhavam um salário de R$ 5.000,00 por mês. Mas, de repente, são demitidas e começaram a trabalhar em outra empresa, ganhando R$ 1.500,00. Contudo, elas insistem em continuar mantendo o mesmo padrão de vida anterior.
Isso é inviável! Como é que alguém pode continuar andando de carro, viajando todo fim de semana, comendo fora todo dia, ganhando apenas R$ 1.500,00 por mês? O mínimo que essa pessoa pode fazer é rever seu orçamento, priorizar as coisas essenciais e cortar despesas. Caso contrário, terá sérios problemas financeiros e viverá preocupada e ansiosa, podendo ficar hipertensa, ter um infarto, um AVC ou outros problemas de saúde.
Para evitarmos preocupações e termos paz, devemos viver de acordo com a nossa capacidade, dando um passo de cada vez rumo ao que sonhamos, estruturando-nos primeiro e sujeitando-nos às orientações do Senhor para nós.
Dizendo não ao inconformismo crônico
Muitas dessas pessoas que se recusam a viver dentro de suas possibilidades tornam-se inconformadas com sua realidade, amarguradas e mal-humoradas.
A pior coisa que existe é convivermos com gente que está sempre inconformada consigo mesma, com a vida, a família, o trabalho. Tais pessoas costumam maldizer tudo. São dominadas por baixa autoestima e complexo de inferioridade; são pessimistas. Nada nunca está bom nem ficará. Nada as agrada. Estão sempre de mal com a vida e com todos, e não percebem que acabam afastando as pessoas, tornando-se solitárias, infelizes, ansiosas e frustradas.
O inconformismo em alguns casos é justificável. Quem gosta de ficar doente ou desempregado, passar fome e não ter onde morar? Quem gosta de ser injustiçado e caluniado? Ninguém! Nesses casos, o inconformismo deve ser usado pela pessoa para reverter essas situações.
Contudo, existem pessoas que não têm nenhuma razão lógica para viver descontes, e permanecem em estado de insatisfação constante. Elas podem ser bonitas, inteligentes, ricas, famosas, mas não são felizes. Não conseguem ver-se como alguém realizado, provavelmente porque não têm em si a maior riqueza que um ser humano pode desfrutar: o Espírito Santo habitando nelas, dando-lhes paz e um sentido para a vida delas.
Mas o que dizer das pessoas que afirmam ser cristãs e são "inconformadas cônicas"? Como lidar com gente que, em vez de parar de reclamar e fazer algo para mudar a situação que a aflige, prefere dar lugar ao escapismo.
Você já ouviu um desses cristãos dizendo: "Volta logo, Jesus! Arrebata a Igreja, porque não agüento mais viver assim"? Com certeza, sim!
Eles não aceitam a vida como ela é: uma grande luta pela sobrevivência. Não atentam para o fato de que, por mais difícil que uma situação seja, Deus está conosco, dando-nos vitória sobre nos mesmos, o mundo e o diabo. Devido à sua baixa autoestima, eles não conseguem amar e aceitar a si mesmos como são. Por isso têm dificuldade de lidar com a graça de Deus e de amar o seu próximo. Vivem ansiosos por soluções miraculosas, e não percebem que o Senhor também quer usá-los com poder, graça e autoridade, para operar mudanças nas pessoas e no mundo em que vivemos.
A mudança deve começar em cada um de nós. Para isso, precisamos aceitar nossa realidade e abrir o nosso coração para o novo de Deus, comemorando cada melhora, cada vitória e conquista. Não sejamos, pois, inconformados! Sejamos realistas sim, mas gratos ao Senhor por nossa vida, nossos dons, talentos, recursos; por nossa família, nossos amigos; e por todas as chances que Ele nos tem dado de recomeçar a cada dia. Assim, teremos paz e reais perspectivas de um futuro melhor aqui e na eternidade!
Aprendendo a vivenciar cada momento
Outra coisa importante a fazer para evitar problemas extras é aprendermos a vivenciar cada momento da nossa vida.
Analisemos o que disse o apóstolo Paulo em Filipenses 4.11b-13:
Já aprendi a contentar-me com o que tenho. Em todas as coisas eu estou instruído. Eu sei estar abatido e ter em abundância. Eu sei passar fome e ter fartura. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
Nas entrelinhas, Paulo estava dizendo: "sei viver na fartura e na escassez; sei viver com muito e com pouco; sei alegrar-me com os que se alegram e chorar com os que choram. Em todas as coisas, dou glória a Deus, porque, em Cristo, posso todas as coisas. A graça dele é suficiente para me dar paz, tranqüilidade, paciência, perseverança para cumprir minha missão como cristão e ter a perspectiva de uma vida melhor aqui e na eternidade".
Quando fez essa declaração em Filipenses, o apóstolo Paulo já tinha enfrentado muitos momentos difíceis de fome, perseguição, apedrejamento, prisão, naufrágio e outros infortúnios, como ele relatou em 2 Coríntios 11.24-28:
Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rio, em perigos de salteadores, em perigos minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.
Quem deseja ter uma vida saudável e plena, deve aprender a vivenciar suas emoções, no dia bom e no dia mau. Deve alegrar-se pela saúde, fartura, felicidade e comemorar as vitórias. Mas também deve aprender a lidar com a tristeza causada pela doença, pela perda de um emprego ou de um ente querido, bem como confiar em Deus para sustentá-lo na adversidade e dar-lhe vitória. Só assim, conseguirá ter paz e não sucumbir diante das preocupações pelos problemas.
No capítulo seguinte, vamos ver mais algumas medidas que podemos tomar para não adoecermos com as preocupações.



CAPÍTULO 3
OUTRAS FORMAS DE EVITAR
PREOCUPAÇÕES EXTRAS

Além de detectarmos a causa das nossas preocupações, verificando o que é ou não é infundado r (ornando as medidas necessárias para resolver os problemas; de vivermos de acordo com a nossa rapacidade, sem tornar-nos inconformados crônicos; e de sabermos vivenciar cada momento, para termos uma vida de paz, também é necessário que não assumamos a vida de outra pessoa e que pensemos em coisas boas, sendo otimistas em relação ao futuro e ao que Deus pode fazer por nós. Vejamos, pois, cada uma dessas medidas.
Não assumindo a vida de outra pessoa
Há várias formas de assumir a vida dos outros: vivendo em função de alguém ou assumindo responsabilidade pelo que o outro escolhe ser ou fazer. Isto inclui assumir dívidas materiais e morais.
Contudo, se você quer rejeitar a preocupação e viver em paz, então aqui vai mais uma dica: não assuma a vida de outrem.
Em Mateus 16.24, lemos que cada um deve tomar a sua cruz. E, em Romanos 14.12, é enfatizado que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Por que isso? Porque ninguém tem estrutura emocional, física, psicológica e mental suficiente para viver em função de outrem ou assumir, além das suas, as responsabilidades alheias por muito tempo.
Assumir a vida dos outros é um assunto muito sério. Existem pessoas que estão doentes física e mentalmente, porque quebraram este princípio bíblico. E o pior é que percebem que há algo errado, e não fazem nada para mudar o quadro. Vejamos alguns exemplos.
Certos pais não cumprem sua responsabilidade de provedores e educadores, obrigando um dos filhos ou terceiros a fazê-lo. Isso gera problemas para toda família. Há crise de papéis e de autoridade. Um filho não tem estrutura emocional para assumir a criação dos irmãos com idade próxima a dele nem de tornar-se pai de seus pais. A Palavra de Deus é bem clara: Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos (2 Coríntios 12.14).
Esse entesourar não é só no aspecto material; é também no sentido emocional e espiritual.
Outros pais são superprotetores e simbióticos. Nunca permitem que os filhos amadureçam e assumam suas responsabilidades, tornando-se adultos emocionalmente. Continuam a lidar com os filhos grandes da mesma forma que faziam como quando eram pequenos. Tomam as decisões e fazem todas as escolhas por eles. Querem escolher até a profissão e a pessoa com quem os filhos devem casar. Assim, estes não amadurecem nunca e ficam dependentes emocionalmente dos pais. Quando casam, não conseguem deixar emocionalmente pai e mãe; só geograficamente. E coitado de quem se casar com alguém mimado e dependente emocionalmente dos pais! Vai levar a sogra junto, e terá de cuidar de um "filho" em vez de ter um cônjuge.
Além disso, pais que vivem só em função de um filho normalmente têm sérios problemas no relacionamento conjugal. É por isso que existem tantos casamentos em crise: simplesmente porque alguns cônjuges não observam um princípio bíblico importante: o de que a prioridade do marido é a mulher, e a prioridade da mulher é o marido. Eles permitem que o filho seja prioridade para sempre e acabam destruindo a relação conjugal.
Se a prioridade de uma mulher é continuar a superproteger o seu "menininho" de mais de 20 anos, pode estar certa de que isto causará muitas brigas e desentendimentos em casa, pois o marido se sentirá rejeitado e sobrecarregado por ter de sustentar a vida toda o bebezão que não trabalha e quer ditar as regras no lar, manipulando os pais a seu bel prazer. Então começam as brigas do casal. O esposo fica endividado e nervoso, porque todos os dias ele é coagido pela mulher a bancar o filho malandro e trapaceiro, a assumir as dívidas que este fez sem consultar os pais.
Obviamente, não estou falando que os pais podem negligenciar os cuidados a uma criança pequena ou a um bebê. Só um homem cruel ou louco não entenderia que nessa fase o filho depende da mãe. Que homem em sã consciência diria à esposa que amamenta o filho: "Você está amamentando demais este garoto".
Um homem que falasse assim só poderia estar sofrendo algum distúrbio mental, pois qualquer pessoa, em seu senso normal, entende que nessa fase, a criança precisa receber atenção e cuidados especiais normalmente até completar cinco ou seis anos de idade.
Contudo, se depois de grande, os pais continuam a superproteger um filho até os 30 anos, o casamento poderá explodir.
Quem ama cuida, é claro! E, em doses normais, cuidado não traz prejuízo. Porém, o exagero pode resultar mais malefícios do que benefícios. Assim, a superproteção e a dependência afetiva não prejudicam apenas a vida do casal. Comprometem o desenvolvimento e o futuro dos filhos. Afinal, quem cresce sempre esperando que alguém resolva suas questões não desenvolve sua capacidade de pensar em soluções criativas, para lidar com imprevistos.
Contudo, é tênue a linha que separa a proteção da superproteção, pois qual o pai e a mãe que não deseja o melhor para o seu filho e faz o possível para que este tenha um futuro melhor do que o deles?
Só quem é pai ou mãe sabe o drama de educar o filho em um mundo cada vez mais violento, onde crianças, jovens e adultos estão sempre expostos a perigos. Nessa conjuntura, é normal os pais quererem proteger os filhos e cercear certas liberdades. Mas os pais precisam tomar muito cuidado para não usarem a violência como desculpa para que os filhos não assumam responsabilidades para as quais estão prontos. Até porque a melhor proteção que um pai pode oferecer é ensinar o filho a fazer as suas próprias escolhas e a assumir suas responsabilidades, conforme a idade e o desenvolvimento deste.
Em suma, quando há um relacionamento saudável entre o casal, os pais e os filhos, há paz e harmonia no lar, e menos motivos para preocupações.
Pensando em coisas boas
Além de não assumir a vida dos outros, se você quer rejeitar a preocupação e viver em paz, guarde mais este segredo: pense em coisas boas.
Muitas pessoas só pensam em desastres, desgraças e derrotas. Imaginam que, se saírem na rua, serão assaltadas por bandidos armados, que lhe dirão: "Já era, perdeu!" Elas não falam de outro assunto, a não ser de violência. Dizem: "Meu Deus do céu! Não podemos mais viver sossegados devido a tantos assaltos, seqüestros, estupros que estão acontecendo por aí! O que é isto?"
Elas andam pelas ruas amedrontadas, desconfiando de todos, dos motoqueiros que param ao lado do seu carro nos sinais de trânsito, dos entregadores de pizza, dos flanelinhas. E, se alguém bate no vidro do seu carro, entram em pânico, achando que é um bandido. Vivem em constante estado de ansiedade e medo, e não conseguem relaxar nem em casa, porque o pensamento delas está envenenado pelo pessimismo e o medo de que algo terrível lhes aconteça subitamente. Assim, até quando dormem, têm pesadelos, porque só pensam em coisas ruins. Acordam cansadas. Tornam-se ansiosas, medrosas, irritadiças e com baixa produtividade.
Algumas pessoas são tão pessimistas que costumam falar negativamente até em suas orações. Dizem: "Meu Deus, isto não vai dar certo. Acho que não vou conseguir. O Senhor não vai fazer o milagre que eu preciso, né?!"É não para cá, não para lá. Como querem que o Senhor aja em seu favor' se nem elas acreditam que Ele o fará?
Em que você tem pensado? O que é que tem dominado a sua mente? Sabia que pensamentos podem ser substituídos, mas não deletados? Por isso o apóstolo Paulo disse:
Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Romanos 12.2
Portanto, seja ressuscitastes com Cristo [...] Pensai nas coisas que são de cima...
Colossenses 3.1,2
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que ê honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
Filipenses 4.8
O campo da batalha espiritual é a nossa mente, pois ela é que controla o nosso ser, comandando as nossas vontades, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos. Antes de tomarmos qualquer decisão, primeiro nós pensamos no que vamos fazer. Em uma fração de segundos, o processo mental determina as nossas escolhas, ações e atitudes.
Preencha a sua mente com bons pensamentos. Lembre-se dos bons momentos que lhe trouxeram felicidade, pense nas promessas de Deus para a sua vida, analise as verdades bíblicas.
Ame e leia a Palavra. Leia a Bíblia diariamente! Ore, volte o seu pensamento para Cristo. Pense sobre qual é a vontade do Senhor para a sua vida. Reflita sobre os ensinamentos bíblicos. Alimente sua mente com a Palavra de Deus. Se o fizer, terá sabedoria, discernimento, fé e muitos outros benefícios.
Se você deseja enfrentar a adversidade e sair vitorioso deste problema, precisa acreditar que ele tem solução. Se não crer que a tribulação terá fim, sua derrota acontecerá com certeza.
Creia que existe cura para esta enfermidade; libertação desse cativeiro; solução para o seu problema. Se você não acreditar que essa questão que o aflige pode ser resolvida, sairá fracassado. Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena (Provérbios 24.10).
Se a situação estiver muito complicada e você entregar os pontos, suas forças serão poucas para lutar e para tentar resolver o problema. Então, quando pensar em desistir, reanime-se lembrado que, para Deus, nada é impossível (Mateus 19.26).
Tome essas medidas. Rejeite a preocupação e viva em paz!


CAPÍTULO 4
LANÇANDO SOBRE CRISTO
A ANSIEDADE

Se a essa altura, você sabe as medidas que deve tomar para evitar futuras preocupações, mas ainda não conseguiu lidar com a ansiedade devido aos problemas e às lutas que está enfrentando neste momento; se está aí dizendo: "pastor, por favor, diga-me como poderei rejeitar a preocupação e viver em paz, pois as minhas preocupações já ultrapassaram o limite da normalidade, e estão prejudicando a minha saúde e os meus relacionamentos!", tenho um conselho bíblico para você. Está em 1 Pedro 5.6,7:
Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Quando Pedro escreveu essa carta, os cristãos estavam enfrentando uma perseguição terrível por parte dos judeus e do Império Romano. Muitos estavam sendo martirizados por causa de sua fé em Cristo. O apóstolo animou os irmãos a perseverarem, pois Deus estava vendo tudo, tinha o controle da situação em Suas potentes mãos, e cuidaria de cada crente em particular. Assim, eles deviam aprender a lançar suas preocupações sobre o Senhor.
O verbo traduzido como lançando, no texto originai grego está no particípio aoristo, que dá a idéia de uma ação completa. Significa que todas as nossas pesadas cargas deviam ser totalmente lançadas sobre Cristo, porque Ele é todo-poderoso, misericordioso e dá conta delas, trazendo-nos o alívio e a solução de que precisamos.
Lançar sobre Jesus as nossas ansiedades não é fazer como muitos, que lançam apenas parte dos seus problemas para Deus e, "só por precaução", seguram a pontinha, para tentar ajudar Jeová. Lançara ansiedade sobre o Senhor é confiar a Ele tudo quanto nos está incomodando, crendo que Ele nos ama e importa-se conosco. É crer na Sua providência, no Seu poder e cuidado para nos preservar com vida e saúde, prover as nossas necessidades e dirigir-nos de acordo com os Seus propósitos eternos e a Sua boa, perfeita e agradável vontade.
Lançar sobre Cristo a nossa ansiedade implica rejeitar o excesso de preocupações e descansar tranquilamente à sombra do Altíssimo, certo de que Ele agirá a nosso favor.
Se você quer rejeitar a preocupação e viver em paz, faça a sua parte e aprenda a lançar sobre Jesus os seus cuidados e ansiedades, porque como lembrou Pedro, ele tem cuidado de nós.
Em Mateus 11.28-30, Jesus fez uma importante convocação:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
O Senhor quer aliviar o nosso fardo. Que dar-nos paz e alegria. Então, como lançar a ansiedade sobre Ele? Por meio da oração e da fé em Cristo Jesus. E isto que veremos a seguir.
Lançando os nossos cuidados sobre o Senhor pela oração
Se você quer rejeitar a preocupação e viver em paz, precisa orar, falar com Deus, expor para Ele tudo o que está incomodando e afligindo você. Não adianta dizer: "Senhor, tu sabes!" É claro que Ele sabe, mas espera ouvir de sua boca tudo quanto você está sentindo. Deseja ouvi-lo dizer: "Senhor, está acontecendo assim, assim e assim. Tenho agido dessa forma. Mas não sei como vou lidar com isto e resolver a questão. Ajuda-me. Direciona-me e intervenha a meu favor".
Além de Deus ser o único com poder e sabedoria para dar uma solução eficaz para o nosso problema, devemos orar, falar com Ele, porque isso também tem um aspecto terapêutico. Quando verbalizamos o que sentimos, compartilhando com alguém a nossa dor e visão sobre os fatos, desabafamos e temos a possibilidade de ouvir o outro e enxergar melhor a situação como um todo. Ao falarmos, as emoções são identificadas e extravasadas, em vez de ficarem "enlatadas", e a ansiedade é dispersa.
Paulo exortou os irmãos em Filipos, que passavam por dificuldades:
Não andeis inquietos por coisa alguma. Antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pelas orações e súplicas com ações de graças.
Filipenses 4.6
Observamos nesse texto três formas distintas de orações: as petições, as súplicas e as ações de graças.
Juridicamente, petições são requerimentos; pedidos formais a uma autoridade superior (um juiz, um tribunal, um rei). Súplicas são orações, com rogos e humildade, dirigidas a alguém que está investido de poder e autoridade e pode ajudar-nos. E as ações de graças são agradecimentos que o suplicante oferece àquele que o ajudou.
Não tenha vergonha de orar, suplicando a Deus pela solução de seu problema, pois Ele pode revelar a você a saída pela oração. Abra o coração para o Senhor. Ele não está com os seus ouvidos agravados nem com as Suas mãos encolhidas, que não possa salvar! Antes, o Senhor tem prazer na oração dos Seus servos. Ele atende a oração do justo!
O salmista sabia disso. Ele orava ao Senhor sempre. Dizia: Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta (Salmos 38.9 ARA). Ele estava muito aflito, doente, sendo perseguido por inimigos cruéis. Então, constantemente orava, contando tudo a Deus, e obtinha a paz, o alívio e o socorro no tempo oportuno.
Fazendo petições e súplicas a Deus
Charles Spurgeon, um grande pregador inglês do século 19, disse: "Rogue pela oração; ore até que consiga orar; ore para ser ajudado a orar e não abandone a oração porque não consegue orar, pois nos momentos em que você acha que não puder, é que realmente você estará fazendo as melhores orações".
Derrame as suas lágrimas na presença do Senhor. Conte a Ele o que lhe aflige! Apresente os desejos de seu coração, orando com inteligência, consciente do que está pedindo, e crendo que Deus lhe responderá.
O que o tem incomodado? É a conversão de sua família? A rebeldia de um filho? O distanciamento do seu cônjuge? A falta de emprego ou um salário que não atende às suas necessidades básicas? E o fato de o tempo estar passando, e você ainda não ter achado a pessoa ideal para se casar?
Fale com Deus! Diga: "Senhor, salva minha família!"; "Deus, liberte o meu filho das drogas"; "Pai, preciso de uma esposa, que seja minha companheira, amiga, honesta e amorosa. Uma moça bonita e íntegra. Ajuda-me a encontrá-la"; "Senhor, eu já tenho mais de 30 anos e ainda não encontrei um homem para ser meu marido. Eu não quero continuar sozinha por toda a minha vida. Preciso de um homem cristão, fiel a ti e a mim, que me ame, responsável, trabalhador com quem eu possa constituir uma família".
Isto é suplicar, fazer petições a Deus!
Jesus ensinou aos discípulos sobre onde e como orar. Está em Mateus 6. Ele disse que não deveríamos orar para sermos reconhecidos como espirituais pelos outros nem fazer vãs repetições, porque Deus sabe do que necessitamos antes de lhe pedirmos. Jesus ensinou que a oração deve ser um momento de comunhão com o Pai; o que assinala um relacionamento de amizade íntima; daí Ele ter aconselhado: Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará (Mateus 6.6).
Ao longo de Seu ministério terreno, Jesus também ensinou que Seus discípulos deveriam orar e fazer petições em Seu nome ao Pai:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
João 14.13
Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, afim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.
João 15.16
E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.
João 16.23
O nome de Jesus é poderoso, porque o Senhor recebeu todo poder no céu e na terra. Quando você orar ao Pai pedindo em nome de Jesus, segundo a vontade de Deus e o propósito dele para sua vida e a vida dessas pessoas que você tem apresentado ao Senhor, Ele o atenderá.
A oração com ação de graças
Revele os segredos guardados em seu coração que só você e Deus sabem! Fale o que é que o incomoda e perturba. Suplique e rogue ao Pai pela solução. Contudo, ao fazer suas petições, não se esqueça de reconhecer e agradecer por aquilo que Ele já tem feito. Nós vemos esse ensinamento ao longo da Bíblia, mais especificamente no Novo Testamento.
Ao orar, Jesus dizia: Graças te dou, ó Pai (Mateus 11.25). Ele dava graças pelo alimento (Mateus 15.36; 26.27); pela revelação especial do Espírito Santo aos pequeninos (Lucas 10.21); pelos milagres tremendos que realizava (João 11.41); por tudo o que era, tinha e fazia como Filho de Deus nesta terra.
Paulo, seguindo o modelo do Mestre, dava graças a Deus pelo dom inefável do Espírito (2 Coríntios 9.15), pela conversão e contribuição dos irmãos (Efésios 1.16; Colossenses 1.3,12), por seu ministério (1 Timóteo 1.12). O apóstolo exortou a Igreja:
Perseverai em oração, velando nela com ação de graças.
Colossenses 4.2
Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1 Tessalonicenses 5.18
E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
Colossenses 3.15
Você já orou hoje, dizendo: "Senhor, eu te agradeço por mais esse dia, porque me deste vida e salvação"? Já declarou: "Pai todo-poderoso, reconheço a ti como o único Deus e que tu estás no controle de todas as coisas e trará a solução para todas as dificuldades e lutas que tenho enfrentado"?
Reserve um espaço em suas orações para render graças a Deus pelo favor dele para com você! Agradeça a Ele pelo privilégio de conhecê-lo e de poder louvá-lo, bendizê-lo e torná-lo conhecido de outros! Agradeça por sua vida, sua família, por sua igreja e especialmente pela presença do Espírito Santo em sua vida! Agradeça porque o Senhor tem cuidado de você!
Não seja o tipo de pessoa pessimista e mal agradecida, que costuma reclamar de tudo. Em vez disso, reconheça a bênção de Deus em sua vida e seja grato. Você está respirando sem a ajuda de um balão de oxigênio? Anda, fala e enxerga normalmente? Possui um ofício, uma família, amigos? Dê graças a Deus!
Nada merecíamos, a não ser a morte naquela cruz no Calvário. No entanto, Deus enviou o Seu único Filho para morrer por nós, em nosso lugar, a fim de perdoar-nos e dar-nos uma nova chance de recomeçarmos uma nova vida de amor e santidade. Estávamos destinados ao inferno, mas Deus nos resgatou para o céu! O que temos para reclamar? Tudo o que somos, temos e fazemos é pelo favor imerecido do nosso Criador e Redentor! É pela graça!
Sendo assim, ao orarmos, não nos esqueçamos de agradecer-lhe, reconhecendo todos os benefícios que o Senhor nos tem concedido e nos concederá se nos mantivermos no caminho do amor, da paz, do perdão que Ele nos concedeu!
Crendo em Deus
Além de orarmos, lançando sobre Jesus toda a nossa ansiedade, se quisermos realmente rejeitar a preocupação e viver em paz, então devemos crer que Ele nos ouviu e está agindo a nosso favor.
Não devemos permitir que a ansiedade diminua a nossa confiança em Deus, levando-nos a ficar tão desanimados e desesperançosos com a vida, que percamos as forças a ponto de nem mesmo clamar pelo socorro de Deus e enfraquecer na fé.
A fé é uma mola que nos lança para frente, rumo àquilo que o Senhor tem para nós. É o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem (Hebreus 11.1). Orar sem crer que o Senhor virá em nosso socorro de nada adiantará. Crer é o primeiro passo para irmos a Ele, sermos aliviados e recebermos o milagre de que tanto carecemos. É isso que é dito em Hebreus 11.6: Sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.
Jesus foi bem claro, quando disse ao pai de um jovem endemoninhado: Se tu creres, tudo é possível ao que crer (Marcos 9.23). Os discípulos não tinham conseguido expulsar os demônios que lançavam o menino no fogo e na água, para matá-lo. Jesus detectou a causa do insucesso: a incredulidade.
Deus jamais poderá trabalhar em nosso favor e conceder-nos vitórias se primeiro não removermos a pedra de nossa incredulidade; se não abrirmos a porta de nosso coração e entregarmos os nossos cuidados a Cristo, rejeitando a preocupação.
No Salmo 37.5, está escrito: Entrega o teu caminho ao Senhor. Confia nele, e o mais ele fará. Creia no Deus que você serve, pois Ele tem poder para resolver qualquer problema, conceder-lhe vitória, abrir portas e mudar as circunstâncias, a sua situação e a sua história!
Não fique tentando imaginar como Deus virá socorrê-lo nem preocupado se o caminho está fechado à direita, à esquerda, atrás e à frente. Do alto virá o socorro! Em vez de preocupar-se, cante louvores ao Senhor, como sugere o autor do Salmo 68.4: Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; exultai aquele que vem sobre os céus, pois o seu nome é Já! Exultai diante dele.
O nome de Deus é Já. Isto quer dizer que Ele é Todo-poderoso e pode operar um milagre agora a seu favor. Enquanto você lê este livro, trabalha ou cultua ao Senhor na igreja, algo maravilhoso pôde estar acontecendo em você, em sua família. A resposta que você tanto precisa pode chegar à sua casa ainda hoje.
O nome do nosso Deus é/á! O Senhor a quem servimos é onisciente, onipresente e onipotente. E cheio de glória, majestade e poder! Creia que Ele está presente em sua vida e trabalha a favor de todos aqueles que nele esperam! Creia que Ele opera e age a seu favor, e viva em paz, em nome de Jesus!
Lance sobre o Senhor tudo quanto o perturba e tem atribulado a sua alma. Creia que você terá um sono de paz nesta noite, porque Deus está passando um bálsamo em seu coração ferido, promovendo o equilíbrio emocional e a tranqüilidade em sua mente.
Alegre-se na presença desse Deus, que é o nosso Pastor. Ele nos faz deitar em pastos verdejantes, guia-nos a águas tranqüilas e não permite que nada nos falte.
Jesus é o Príncipe da paz
Se Jesus ainda não é o seu Sumo Pastor, você tem razão de estar preocupado, porque sua filosofia de vida, sua religião, seus amigos importantes, o padre, o pastor, o guru, nada nem ninguém, além de Deus, por intermédio de Cristo, pode perdoar os seus pecados, salvá-lo das garras do diabo, dar-lhe paz e uma vida abundante.
Jesus é o Príncipe da paz (Isaías 9.6). É também o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). É Aquele que verdadeiramente tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si (Isaías 53.4a). Jesus é o único caminho de volta a Deus. Ninguém vai ao Pai a não ser por intermédio dele (João 14.6). Então, se você quer ter uma vida de paz, se não deseja mais sucumbir ante as preocupações e pressões deste mundo que jaz no maligno, que quer derrotar você, entregue sua vida a Jesus. Confesse-o publicamente como o seu único e suficiente Salvador, pois a Bíblia diz em Romanos 10.9 que, se com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
Aquele que confessa Jesus diante dos homens, também é confirmado por Ele diante do Pai, que está nos céus (Mateus 10.32). Mas há um detalhe: declare com a sua boca, mas também por meio de suas atitudes que você de fato quer pertencer a Cristo. Faça um voto de ser fiel a Deus em qualquer circunstância.
Se você conhece a verdade, mas está vivendo em pecado e deseja voltar para Jesus, este é o momento oportuno. Não precisa ter medo ou vergonha ou ficar preocupado. Humilhe-se aos pés do Senhor, e receba a bênção da salvação.
Jesus o está chamando. Ele pode mudar a sua história a partir de hoje. Ouça Deus falando ao seu coração por meio deste livro. Dê atenção à voz do Espírito Santo, dizendo que este é o seu dia, a sua oportunidade de mudar de vida, de ser transformado pelo poder do evangelho. Este é o dia que Deus fez para que você tenha uma vida alegre, satisfeita, vitoriosa e emocionalmente equilibrada. Aceite o convite e volte para Cristo.
Ore comigo:
"Senhor, neste dia, eu ouvi a tua voz, que me convenceu do pecado, da justiça e do juízo. Entendi que Jesus é o único Salvador e Senhor, que devo entregar-me a Ele e confiar-lhe todas as minhas preocupações, para receber dele o perdão, a paz e a transformação de vida de que necessito para ser uma pessoa alegre e verdadeiramente feliz. Escreva meu nome no livro da vida e repreenda as obras do diabo na minha vida. Quebra todo pacto que consciente ou inconscientemente eu tenha feito com o inimigo no passado. Tira todo fardo do pecado e da culpa de sobre mim. Dá-me paz e a alegria da salvação. Ensina-me a lançar sobre ti os meus cuidados e a minha ansiedade, crendo no teu milagre em mim e por intermédio de mim! Em nome de Jesus, amém!"
Se você fez essa oração, creia que o Senhor o ouviu. Tome posse do perdão de Deus e das bênçãos que Ele dará a você por intermédio de Cristo! Tome posse da salvação e de uma nova vida, que começa a partir de hoje, de agora! Ponha em prática os ensinamentos que recebeu neste livro. Leia a Palavra do Senhor. Obedeça-lhe! Rejeite as preocupações e viva em paz; desfrute de uma vida alegre e abundante. Você verá o cumprimento das promessas de Deus e se alegrará, levando muitos a ter um encontro com Cristo.
Deus o abençoe!
Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos. Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom.; abstende-vos de toda forma de mal. O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
1 Tessalonicenses 5.15-23





















E-book digitalizado por: Levita Digital
Com exclusividade para:

Silas Malafaia
  

Experiência
com Deus
transforma
a nossa vida
  



Copyright © 2007 por
Editora Central Gospel


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Experiência com Deus transforma a nossa vida / Silas Malafaia


Rio de Janeiro 2007

ISBN 85-7689-054-2
1.    Bíblia -Vida Cristã 1  Título II

Todas as citações bíblicas neste livro foram retiradas da ver­são Almeida Revista e Corrigida, salvo expressa menção

1a edição Setembro de 2007

Editora Central Gospel Ltda.
Rua Honório Bicalho, 102 - Penha
Cep 21020-002 - Rio de Janeiro – RJ
TEL  (21)2187-7000




REVISÃO E ESTRUTURAÇÃO
Patrícia Scott
Patrícia Nunan

CAPA
Tiago Muhlethaler

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Tiago Muhlethaler

GERÊNCIA EDITORIAL E DE PRODUÇÃO
Jefferson Magno Costa

IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Imprensa da Fé





S U M Á R I O



Apresentação

Capítulo 1
Deus: o Senhor da sua vida
Impedimento a gloria de Deus
A Experiência de Isaías com Deus
Experiência pessoal
Uma geração longe do Criador

Capítulo 2
Deus deseja revelar-se
Olhando para si mesmo
Confissão De pecados

Capítulo 3
Discernimento Espiritual
Experiências reais e concretas
Depois, tem mais

Capítulo 4
Deus fala conosco
O perigo de buscar profecias
Cuidado com falsos profetas!
A voz do Senhor

Capítulo 5
Deus age no individual
No centro da vontade de Deus
Buscando um encontro com Deus 
  
Apresentação


Neste livro, quero dividir com você algu­mas questões que permeiam a vida cristã, lembrando-lhe que, como servos de Deus, é impor­tante diariamente ouvirmos a voz dele para que a Sua vontade, que é perfeita e soberana, seja manifestada em nosso cotidiano. Mas para isso é preciso que tomemos uma atitude, uma posição diante do Senhor.
Você só verá a glória de Deus se disser: "Eis-me aqui, Senhor", como fez com o profeta Isaías. O Todo-Poderoso deseja agir na sua vida. Ele o conhece, vê os seus problemas e as suas necessidades. Não está inerte diante das suas afli­ções e dos seus dilemas. No entanto, é necessário você confessar para Ele, com o coração arrepen­dido, os seus pecados e as suas fragilidades.
Oro para que o Senhor derrame bênçãos sobre a sua vida, e você possa, em nome de Je­sus, ter um encontro real com o Todo-Poderoso; para que haja crescimento espiritual e mudança de vida, pois é impossível servir verdadeiramente a Deus sem transformação pessoal.
Que este livro o ajude a superar o que o separa do Senhor, para que você possa ter vida em abundância. Afinal, esse é o desejo do coração daquele que nos ama e quer dar-nos a vida eterna.




  
Capítulo 1

Deus: o Senhor da sua vida

O segredo para interpretar o Antigo Testa­mento é analisar os fatos narrados à luz daquela época, tirando lições práticas e aplicáveis à vida cristã de hoje.
Neste capítulo, analisarei a atitude de Isaías diante de Deus e suas conseqüências, mostran­do que, assim como o Senhor revelou Sua glória e Seu poder ao profeta, a partir da postura deste, o Todo-poderoso deseja revelar-se a você, mas está à espera de seu posicionamento correto ante Ele e a missão que tem para sua vida. Você está pronto para dizer: "Eis-me aqui, Senhor"?

Impedimento à glória de Deus
No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas co­briam o rosto, e com duas cobriam os pés, e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o SE­NHOR dos Exércitos! Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado o teu pecado. De­pois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.
Isaías 6.1-9

O texto citado começa assim: No ano em que morreu o rei Uzias... Este rei foi muito podero­so; um dos maiores de sua época (veja 2 Crônicas 26). Ele foi um dos monarcas que mais tempo per­maneceu no trono; mais de cinqüenta anos.
A nação de Israel desfrutou de uma prospe­ridade incrível durante o reinado de Uzias. Ele foi maravilhosamente cuidado e ajudado pelo Senhor, e tornou-se forte. No entanto, o final de sua vida foi catastrófico. Ele se esqueceu de que a bênção vinha de Deus, corrompeu-se, deixando que a soberba e a arrogância tomassem conta do seu coração.
A Bíblia conta que, nos últimos anos de vida, Uzias ficou leproso1, justamente por deso­bedecer ao Todo-Poderoso, oferecendo sacrifí­cios a Ele no altar função que era exclusiva dos sacerdotes.
Após a morte de Uzias, o profeta Isaías conseguiu ver a manifestação da glória de Deus. Por quê? Porque o pecado foi removido, a iniqüi­dade foi retirada. Essa é a primeira lição: o pe­cado separa o homem do Senhor, mas quando é expiado, o poder do Criador se manifesta.

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¹ Na Bíblia, a lepra normalmente é um símbolo do pecado, pois esta infecção crônica produz sérias lesões na pele, nas mucosas e nos nervos perifé­ricos, tirando a sensibilidade na área afetada, provocando o apodrecimento dos tecidos e levando a pessoa à morte lentamente.

Faça uma rápida reflexão sobre sua condu­ta cristã e suas prioridades, e responda: o que está impedindo na sua vida a manifestação da glória de Deus?
O profeta Isaías, no capítulo 59.1,2, afirma que a mão do Senhor não está encolhida nem os Seus ouvidos fechados:

Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido agra­vado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.

Como no passado, nos dias atuais, o que afasta o homem de Deus são as iniqüidades. Não é o Senhor quem está longe ou não gosta de você. É o pecado que fere a santidade do Altíssimo, que aparta o homem do seu Criador.
Mais uma vez reflita: o que impede Deus de manifestar-se a você com poder, glória e autoridade? É hora de o pecado ser confessado e banido, para que o Senhor possa agir e modificar a sua história.

A experiência de Isaías com Deus
Profeta do Senhor que viveu durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias e foi conselheiro desses reis, Isaías teve uma experiên­cia pessoal com Deus e anunciou a mensagem do Criador ao povo.
No início do seu ministério, Isaías pregou acerca do juízo divino sobre Israel e as demais nações. Mais tarde, passou a falar de esperança, assegurando que o povo de Deus seria restaurado com o advento do Messias.
O profeta Isaías viu a glória de Deus, e isto fez toda a diferença em sua vida e em seu ministério. Experiências com o Senhor trazem resultados significativos. Ninguém pode ter in­timidade com o Pai e manter o mesmo estilo de vida. É impossível!
Três coisas incríveis aconteceram com Isa­ías a partir da sua experiência pessoal com o Rei dos reis. O profeta reconheceu a sua condição de pecador e identificou a sua iniqüidade; admitiu que convivia com pessoas que praticavam trans­gressões, ferindo os preceitos divinos; e que, se continuasse assim, seria destruído, tendo em vista a santidade de Deus.

Isaías disse: Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e ha­bito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos! (Isaías 6.5)

O profeta declarou seu pecado, a sua con­dição miserável e rendeu-se aos pés do Senhor: "Estou vivendo em pecado, errado, vou ser des­truído, pois não sou nada diante desse Deus e da Sua glória".
Quando você tem uma experiência pesso­al com o Senhor, o seu estilo de vida vem à tona. Você é confrontado, reconhece o seu estado pe­caminoso e deseja mudar de vida.
Quando toma a mesma atitude de Isaías, Deus começa a trabalhar em seu interior, porque você reconhece que é pecador e dependente totalmente da Sua graça e da Sua misericórdia para mudar a sua condição de vida.

Experiência pessoal
No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi... (Isaías 6.1). Nesse texto há um detalhe interessan­tíssimo: o profeta diz: eu vi. Ninguém contou para Isaías. Ele presenciou, vivenciou o fato.
É de extrema importância que o cristão te­nha experiências pessoais com Deus. A vivência dos outros é gratificante, edificante. Entretanto, a nossa é fundamental e marcante, pois permite que renovemos o nosso compromisso pessoal com o Senhor.
Quantos testemunhos, relatos fantásticos do que Deus fez na vida dos meus irmãos, já ouvi ao longo da minha trajetória de vida cristã? Todos me alegraram. Mas não tenho condições de lem­brar de cada um. No entanto, as minhas experiên­cias pessoais com Deus, podem passar dez, vinte, trinta anos, que não serão esquecidas.
É imprescindível que cada um de nós tenha um encontro pessoal com Deus. Ninguém pode ter vida cristã a partir da vivência de terceiros!
Deus é o Deus do universo, de toda a terra, da Igreja, dos meus irmãos, da minha família. Mas Ele precisa ser o meu Deus. Eu preciso conhecê-lo; ter intimidade com Ele.
Maria Madalena foi uma mulher que tinha uma ligação estreita com Jesus. Mas isso só foi possível graças à sua postura e ao seu comprome­timento com o Filho de Deus. Ela teve sua vida transformada ao encontrar com Jesus face a face e permanecer em Sua presença.
Maria Madalena vivia sob possessão demo­níaca, mas um dia teve um encontro com Jesus, foi liberta por Ele e passou a ser sua fiel seguidora (Lucas 8.2).
A vida dela foi restaurada por Cristo; e mes­mo quando todos os discípulos fugiram de medo após a prisão do Mestre, Maria permaneceu firme ao lado dele até a crucificação, porque tinha consciência quanto a quem estava servindo.
A fidelidade de Madalena teve recompen­sa: ela foi a primeira pessoa a ver Jesus após a ressurreição (Marcos 16.9), sendo a responsável por anunciar aos discípulos que Ele havia vencido a morte.
Experiências com Deus geram aproxima­ção dele, intimidade, que conseqüentemente traz bênçãos e vitórias!
Também foi assim com Daniel. Posto à prova várias vezes, sua intimidade com o Senhor permitiu que ele não hesitasse quando proibido de fazer qualquer petição que não fosse ao rei (Daniel 6).
Outro exemplo relevante de fé e de in­timidade com o Altíssimo na Bíblia é Abraão. Comprometido com seu Deus, ele caminhava conforme o direcionamento divino, e mesmo diante da grande prova de oferecer seu filho Isaque em sacrifício, o patriarca de Israel não va­cilou em obedecer à ordem do Senhor, pois co­nhecia-o intimamente e confiava em Seu amor, Sua fidelidade e em Seu poder, crendo que Ele proveria o escape (Gênesis 22.8), ou se preciso fosse, ressuscitaria o filho da promessa (Hebreus 11.17-19).
Somente aqueles que têm experiência com Deus podem afirmar o que o apóstolo Paulo disse em 2 Timóteo 1.12:

Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.

O apóstolo Paulo quis dizer: "Conheço o Deus em quem creio". E nós? E a nossa geração? O que está acontecendo? Está faltando intimidade com o Criador. E sabe por que não há vida par­ticular com o Senhor? Porque existe carência de conhecimento e de experiência com Deus.

Uma geração longe do Criador
Observe o que o Senhor disse ao profeta Oséias sobre a falta de conhecimento sobre Ele:

O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimen­to, também eu te rejeitarei, para que não sejas sa­cerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
Oséias 6.4,6

No livro de Juízes 2.7,10, temos o relato de que uma geração inteira se perdeu depois que Josué morreu, porque ela não conhecia ao Senhor nem a obra que Ele fizera a Israel. O povo não teve mais experiências com Deus.
E serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois de Josué e viram toda aquela grande obra do Senhor, a qual ele fizera a Israel. E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel.
A época atual que vivemos também é de superficialidade quanto ao conhecimento sobre o Criador. É um tempo no qual as pessoas não co­nhecem realmente o Deus em quem afirmam crer e ao qual dizem servir.
Deus continua agindo com misericórdia e graça apesar da frieza espiritual de alguns, mas é importante lembrar que o desconhecimento so­bre Ele e Sua lei gera a desobediência, e esta traz conseqüências nefastas; enquanto a obediên­cia resulta em bênçãos (veja Deuteronômio 28). Sendo assim, cabe a cada um decidir obedecer-lhe; consciente de que sujeitar-se à vontade do Senhor implica vivenciar a Sua glória, o Seu po­derio e a Sua firmeza no propósito de restaurar e salvar o Seu povo.








Capítulo 2

Deus deseja revelar-se


O Senhor quer revelar o Seu caráter, o Seu amor, a Sua vontade a você, a fim de ser tratado como o seu Deus. No entanto, convém lembrar que, embora Seus atributos e Sua pessoa sejam imutáveis, Ele pode não se revelar a você da mes­ma maneira como faz a outros.
Por exemplo, Isaías viu a glória de Deus em seu trono (Isaías 6). O profeta Ezequiel teve visões do Senhor no meio de uma tempestade com raios (Ezequiel 1.4,5). Jeremias ouviu a voz do Todo-Poderoso falando pessoalmente com ele (Jeremias 1.4,5); Daniel, antes de ter visões celes­tiais, conheceu o Senhor por meio das Escrituras Sagradas, do jejum, da oração e de experiências que revelaram o caráter, a onisciência e o poder de Deus (ver Daniel 2.21-23,28,47; 6.26,27; 7.1 3; 8.16-19; 9.21,22; 1012).
Nas Sagradas Escrituras há vários exem­plos da manifestação do Senhor. Para Elias, Deus se manifestou com uma voz mansa e delicada (1 Reis 19.1 2,1 3). Era dessa maneira que este profeta entenderia e corresponderia ao chamado divino. Entretanto, o Criador pode revelar-se a você de modo distinto, porque Ele sempre o fará de ma­neira que o homem entenda e da forma como este precisa ser tratado.
As experiências que cada um de nós tem com Deus não são iguais. A minha pode ser dife­rente da sua e da de outros irmãos. Mas a fonte da revelação é a mesma: Deus. Ele se manifesta aqueles que o temem e guardam os Seus ensina­mentos. Ele deseja que o conheçamos como o Se­nhor absoluto sobre todas as coisas.

Olhando para si mesmo
Quando Isaías contemplou a glória e a san­tidade de Deus, automaticamente percebeu sua condição, e disse: Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios (Isaías 6.5).
Geralmente contemplar a própria fraqueza é algo que não agrada ao ser humano. A maioria não gosta de admitir as suas mazelas, os seus er­ros, e adora apontar as falhas alheias e possíveis soluções para os problemas dos outros.
Contudo, nossa experiência com Deus faz com que olhemos para dentro de nós, e não para a vida alheia.
O homem sem Deus é que persiste em ter uma vida de escapismo. No entanto, quando a pessoa tem um encontro com Deus, é confronta­da por Ele, reconhece o seu estado pecaminoso e sua necessidade de Deus, sendo desafiada a mu­dar de vida.
Saulo, antes de ter um encontro com Cris­to na estrada de Damasco, perseguia os cristãos mesmo tendo ouvido falar das maravilhas do mi­nistério de Jesus. Saulo ainda não havia experi­mentado o poder do Senhor. Entretanto, após seu encontro com Ele mudou seu pensamento e seu estilo de vida:

E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atô­nito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
Atos 9.3-6

Saulo teve um encontro pessoal com o Senhor Jesus e, diante da grandeza do Filho de Deus, percebeu que era errado perseguir os cris­tãos e que sua visão sobre Deus era distorcida.
Após seu encontro com Cristo, Saulo to­mou conhecimento sobre a vontade divina e sub­meteu-se a ela, indo anunciar a outros as boas novas de salvação. Saulo poderia ter ficado ca­lado, não se sujeitar ao Senhor e seguir em outra direção, mas não o fez, porque aquele encontro mudou radicalmente sua maneira de pensar, de sentir e de agir.
E uma vez que Saulo reconheceu sua con­dição e submeteu-se à vontade de Deus, disposto a mudar seu comportamento, o próprio Senhor disse a Ananias: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel (Atos 9.15). Saulo tornou-se um discípulo de Jesus e foi anun­ciar a todos que este era o esperado Messias.

Confissão de pecados
Quando Isaías disse: Ai de mim, que vou pe­recendo! Porque eu sou um homem de lábios impu­ros e habito no meio de um povo de impuros lábios (Isaías 6.5), fica subentendido que ele fez uma auto-analise da sua existência, e constatou que era um homem de lábios impuros.
O pecado separa o homem de Deus. Quando pecamos, a comunhão com o Criador é quebrada. A iniqüidade é motivo de vergonha e de afastamen­to, como foi para Adão e Eva no jardim do Éden.
O Altíssimo abomina o pecado, mas ama o pecador. Por isso, quando as transgressões são confessadas, o Pai as joga nas profundezas do mar, conforme está escrito em Miquéias 7.1 8,1 9:

Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdo­as a iniqüidade e que te esqueces da rebelião do res­tante da tua herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.

O que você entende por essa passagem que acabou de ler? O Senhor está afirmando que esquece, lança mão dos nossos pecados, e não fará mais menção a eles. Mas primeiro é preciso a confissão arrependida.
Quando você reconhece quem é e o seu estado, está fazendo algo magnífico no mundo espiritual: está confessando, reconhecendo seu erro, sua culpa, sua necessidade de Deus e sua dependência dEle. A confissão produz duas coisas em nós: purificação e triunfo. Purificar significa tornar puro moralmente; santificar; tirar máculas; expurgar substâncias que alteram, corrompem a pureza de algo. Triunfar é subjugar as dificulda­des, transpor obstáculos, e obter a vitória.
Em 1 João 1.7-9, está escrito:

Mas, se andarmos na luz, como ele [Deus] na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

Quando você reconhece quem é e o seu estilo de vida para Deus, está confessando-se. O poder do Senhor Jesus entra em ação para purifi­cá-lo do seu pecado, restaurar sua comunhão com
Deus e levá-lo ao triunfo. Em Provérbios 28.13, está registrado: O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que confessa e deixa, al­cançará misericórdia.
Você será vencedor se confessar a Deus tudo que está em seu coração. Não tenha medo ou vergonha. O Todo-Poderoso vai perdoá-lo, pu­rificá-lo e esquecer-se de suas iniqüidades, quan­do você se confessar a Ele com o coração sincero e arrependido.
O Senhor prometeu em Isaías 43.25: Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. Creia na Palavra do Senhor, obedeça-lhe, e será vitorioso.





Capítulo 3

Discernimento espiritual


Isaías não percebeu apenas a sua condi­ção pecaminosa diante da santidade de Deus. O profeta também se deu conta de que habitava no meio dum povo de impuros lábios (Isaías 6.5b).
Quem está à sua volta? Você aceitou Cris­to, possui experiências com Ele, mas não sabe discernir as pessoas? Se você não conhece ver­dadeiramente os seus amigos e aqueles que com­partilham o dia-a-dia com você, é porque lhe falta discernimento espiritual.
Só aqueles que têm intimidade com o Todo-Poderoso conseguem discernir bem pessoas, situa­ções e lugares. O discernimento, a capacidade de perceber e avaliar as coisas clara e sensatamente, é um dom concedido pelo próprio Deus (2 Coríntios 12.8-10).
Não é possível ter um amigo há anos e não conhecer de fato a sua personalidade! O cristão precisa ter discernimento espiritual, ver o que ninguém mais percebe!
Por exemplo, imagine que você tenha um colega bagunceiro, que transpareça muita ale­gria, e todos achem que ele é muito feliz. Mas você, que tem experiência com Deus e discer­nimento espiritual, logo percebe que ele escon­de algo com esse comportamento. Um dia, a sós com ele, você diz: "Amigo, sei que sua alegria encobre algo", e ele desaba. Isto porque, com discernimento espiritual, é possível ver além; ver o que os outros não conseguem enxergar, e aju­dar outros.
Quando Isaías teve uma experiência com Deus, discerniu quem era, o seu estado miserá­vel e o seu ambiente social. Isto porque uma pessoa que tem experiência com Deus nunca mais é a mesma. Ela adquire discernimento es­piritual.
O apóstolo Paulo escreveu à Igreja em Corinto a respeito da diferença entre o homem na­tural e o espiritual. Está registrado em 1 Coríntios 2.14-16:

Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem lou­cura; e não pode entendê-las, porque elas se discer­nem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.

Em nosso meio, há muitas pessoas que afir­mam ver anjos e ter inúmeras revelações de Deus. Contudo, isto não muda nada seu jeito de ser. Elas não têm discernimento espiritual. Continuam com a mesma língua afiada. São perversas, vingativas. Experiências espirituais que não geram mudanças de vida, não transformam, não libertam, não mu­dam comportamento, não podem ser experiências com o Senhor.

Experiências reais e concretas
Há muitos crentes vivendo no engano. Há pessoas que passam a vida inteira tendo visões, sonhos, que nunca acontecem. Estão vivendo de utopia, de fantasia. Deus não é utópico!
Se o sonho foi gerado pelo Todo-Poderoso, acontecerá. Se a revelação foi feita pelo Senhor, será confirmada. Se a profecia proveio de Deus, vai realizar-se. Experiências com Deus são reais; concretizam-se! Não são coisas abstratas.
Isaías viu o Senhor assentado num alto e sublime trono e Sua presença encher o templo. Ouviu os serafins clamando uns para os outros: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos. Sen­tiu os umbrais da porta se moverem ao som da voz celestial e os seus lábios serem tocados pela brasa viva levada pelo serafim. Isaías respondeu ao chamado de Deus. Ele teve uma experiência real, concreta, foi impactado por ela, e teve sua vida mudada. O Todo-Poderoso operou onde era necessário em Isaías.
Experiências com o Senhor não ficam no abstrato, refletem no mundo concreto. Se Isaías tivesse apenas contemplado a glória de Deus e reconhecido que era um pecador, talvez isto não gerasse uma grande mudança, mas depois que um dos serafins tocou os lábios impuros do pro­feta com uma brasa viva do altar, o pecado foi re­movido, e Isaías se viu em condições de anunciar a Palavra do Deus Santíssimo.
O Serafim tocou no problema de Isaías: os lábios impuros. Deus age em nossa vida da forma e na área certa. Ele não erra. O Senhor vai ao en­contro das nossas necessidades e remove todas as coisas que impedem a manifestação da Sua glória. Deus é preciso! Mas é fundamental reconhecer o pecado, o problema.
Você está surpreso? Pois saiba que Deus faz isso ainda hoje. Você pode ser o maior peca­dor, mas, se confessar a Ele suas falhas e suas ne­cessidades; se reconhecer o seu estado precário, será tocado pelo Senhor. A sua libertação acon­tecerá, porque experiência com Deus é algo real, que muda nossa condição para melhor.
Uma pessoa que tem experiência com Deus não pode manter a mesma velha vida de pecado. O Senhor irá tocar onde é necessário re­tirar o erro, o engano, o vício, o mal, e purificar a pessoa. Foi exatamente isso que Jesus fez com a mulher adúltera.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério E, como insistis­sem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o pri­meiro que atire pedra contra ela. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acu­sadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Nin­guém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.
João 8.3,7,10,11
Sendo pega em flagrante adultério o que naquela época era considerado pecado de morte e hoje continua sendo visto pela sociedade como uma transgressão vergonhosa , a mulher foi levada pelos religiosos até Jesus, mas o Mestre a perdoou diante de todo o povo derramando a Sua graça e a Sua misericórdia sobre ela. A partir daquele momento, a mulher foi liberta, purifica­da, e teve uma vida nova em Cristo.

Depois, tem mais...
Preste atenção ao versículo 8 de Isaías 6: Depois disso, ouvi a voz do Senhor... Após Isaías ver a glória de Deus, reconhecer sua carência da mi­sericórdia divina e ser tocado pela brasa viva do altar, Deus ainda falou com o profeta, revelou-lhe coisas tremendas e comissionou-o a anunciar as novas ao povo da promessa.
Depois de uma experiência com Deus, ain­da tem mais! Isso significa que também não aca­bou para mim e para você!
O apóstolo Paulo disse em 2 Coríntios 3.18: Mas todos nós, com rosto descoberto, refle­tindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória. É uma glória hoje; outra, amanhã. Semana que vem tem mais glória! No mês seguinte, a glória continua au­mentando.
Em Deus, há muitos "depois". Ele tem muita coisa para manifestar e revelar a você! Tem inúmeros planos para a sua vida, porque Ele é um Deus de coisas novas!
Por que tem gente que não crê? E crente há anos e anos, e nada tem de novo para contar das maravilhas do Senhor. Diz: "Irmão, há 40 anos tive um encontro ma-ra-vi-lho-so com o Senhor! Há 39 anos fui batizado com o Espírito Santo". A gente pergunta: "E depois, irmão? O que mais aconteceu?" Ele responde: "E...bem ... vamos fi­car por aqui mesmo".
No entanto, um novo convertido, com três anos de vida cristã, pode ter quase um livro de mi­lagres para contar. Ele diz: "Está com tempo? Há três anos, aceitei a Cristo. Há dois anos e meio, Je­sus me batizou com o Espírito Santo. Há dois anos e três meses, Ele salvou a minha família. E há dois anos, Deus operou um milagre em um colega de trabalho meu...". E não pára mais.
Com Deus tem que ter "depois"! Ele dese­ja manifestar-se ainda mais a você! Quer propor­cionar-lhe novas experiências em sua vida assim como fez com a mulher que padecia com o con­tínuo fluxo de sangue há 12 anos.
Mas atente para um detalhe que modificou toda a história da mulher: ela acreditava que o Messias a curaria daquela doença, que a deprimia e a deixava completamente debilitada há tantos anos. E recebeu o milagre conforme sua fé. Confi­ra o texto bíblico:

E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada, che­gando por detrás dele, tocou na orla da sua veste, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado e como logo sarara. E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
Lucas 8.43,44,46-48

Se você crer, também verá a glória de Deus ser manifesta dia após dia em sua vida!





  
Capítulo 4

Deus fala conosco


Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que di­zia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? En­tão, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.
Isaías 6.8

Aprenda, guarde e, se possível, anote as três características quando o Criador fala: de ma­neira que o homem possa entender, com objetivi­dade e manifestando a Sua vontade.
Tenho visto inúmeras pessoas afirmar que Deus está falando isto e aquilo, quando na rea­lidade são "profetadas", "visagens", "revelamentos"; coisas da cabeça dela.
Um dia, ao final de um culto em minha igreja, a Assembléia de Deus na Penha, Rio de Janeiro (RJ), uma irmã perguntou: "Pastor, posso dar um recado de Deus para o irmão?" Eu respon­di: "Pois não! Fale!" Ela disse: "Pastor, eu vi um negócio..." Indaguei: "Que negócio?" Ela pros­seguiu: "Um negócio..." Brinquei: "Um negócio, negócio? Business?..." Ela confirmou: "Era um ne­gócio assim, pastor!"
É claro que não era Deus falando! O Senhor não é igual ao homem que, muitas ve­zes, para pedir algo, faz um monte de rodeios, e não tem objetividade. Deus é claro, direto, objetivo!
Vemos isso no episódio em que Jesus se aproximou do cego Bartimeu (Marcos 10.47-52). Este estava clamando: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! (v. 47) O Mestre perguntou: Que queres que te faça? (v. 51) O cego automati­camente respondeu: "Eu quero ver". Então Jesus disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho (v. 52).
A Bíblia revela em 1 Coríntios 14.33, que Deus não é de confusão. Logo, Ele não se expres­sa de maneira que o homem não o compreenda. Pelo contrário! Ele se comunica de modo claro e objetivo! Ele manifesta a Sua vontade de forma in­confundível! E o Espírito Santo que em nós habita testifica na hora sobre a verdade! (ver João 5.32; 15.26; Romanos 8.16; 1 João 5.6).
Além do Espírito Santo, Deus pode usar Sua Palavra, fatos, milagres e outras pessoas para confirmarem o que Ele nos disse e alimentar a nossa fé (ver João 5.39; 10.25; Hebreus 2.4; 1 Pe­dro 5.12; 1 João 5.7).

O perigo de buscar profecias
Apesar disso, muitas pessoas andam de casa em casa para ouvir certos "profetas", que fazem "revelamentos" no quarto, na cozinha, no banheiro, na sala. Por que eles não profeti­zam na igreja? Por que não contam a revelação no culto? Eles não gostam de expor suas "vi­sões" na Casa de Deus porque lá tem um pas­tor com cajado na mão, prestes a corrigi-los, se preciso for.
Não estou generalizando. Conheço pes­soas que são servas de Deus; são usadas por Ele com dons de visão, revelação e profecia. Estou afirmando que está havendo uma busca desenfre­ada por profecias! É lamentável que muitos cren­tes corram apenas atrás desse tipo de revelação, desprezando a Palavra de Deus, que é a maior revelação que recebemos dEle, e negligenciem o culto em sua igreja, para ir atrás de "visagens", "profetadas" e "revelamentos".
Alguns crentes fazem desses "profetas" seus "gurus espirituais", e perguntam-lhes coisas do tipo: "Posso sair de casa hoje, irmão? Deus fa­lou alguma coisa com você se devo ou não sair?"; "irmã, farei uma viagem. O que a senhora me diz, faço ou não? Fecho o negócio ou não?"
Acredito em profecias e nos dons espirituais. No entanto, lamento que muitas pessoas deixem de acreditar nisso por causa de algumas aberrações!

Cuidado com falsos profetas!
O Espírito Santo fala por intermédio de pro­fetas. Tenho experiência disso na minha vida! Não desacredito das coisas de Deus! Mas deixo um alerta de Deus em Sua Palavra para examinarmos se o profeta é confiável e a profecia provém ou não do Senhor.
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas inte­riormente são lobos devoradores.
Mateus 7.15

.. .porque surgirão falsos cristos e falsos pro­fetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.
Mateus 24.24

Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal.
1 Tessalonicenses 5.19-22.

E também houve entre o povo falsos profe­tas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdi­ção e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
2 Pedro 2.1

Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
1 João 4.1

Uma vez, eu e um obreiro de minha igre­ja fomos convidados para ir a um culto numa big cobertura na Zona Sul do Rio de Janeiro. Que­riam que eu pregasse a Palavra. Quando entrei na sala, uma irmã estava terminando de "profe­tizar". Ela dizia: "E agora, eis que volto para o seio de meu pai". Ela queria dar ênfase ao fato de Jesus estar falando por intermédio dela. Mas isso não tem fundamento! Cristo não incorpora em ninguém!
Quando acabou a reunião, aquela irmã revelou coisas para vários dos presentes. Depois virou para o obreiro que estava comigo, e disse: "Eu tive uma visão do irmão saindo. O irmão vai mudar de casa?" Este respondeu: "Não!" "O irmão vai para outro emprego?" Ele negou. Ela insistiu: "O irmão vai realizar uma viagem?" Novamente a resposta dele foi não. Então, ela finalizou: "Entenda esse mistério!"
Como pode uma pessoa anunciar uma re­velação e esta virar mistério? Mistério não é para mim nem para você, é para Deus. Está na Bíblia em Deuteronômio 29.29:

As coisas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei.

As coisas são misteriosas para nós enquanto Deus não as revela a nós. Mas quando o faz, Ele fala de maneira que possamos entender; fala com objetividade e clareza! Sendo assim, não pode­mos ficar perguntando a ninguém o que Deus tem para nós, porque temos acesso direto ao trono da graça. O véu que nos separava do lugar santo foi rasgado quando Jesus morreu na cruz, e abriu ca­minho para termos acesso ao Pai, por seu sangue.
Agora, eu e você possuímos comunicação direta com o Senhor!

Várias manifestações de Deus
Além disso, não podemos determinar a ma­neira como o Pai deseja falar conosco, que pode ser pela Palavra, pelo Espírito de Deus tocando ao nosso espírito, por intermédio de alguém usado em profecia, por uma revelação em um sonho.
Para José, filho de Jacó e Raquel, o Senhor revelou por meio de sonhos que ele seria um gran­de líder:

E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levan­tava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho. E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.
Gênesis 37.6,7,9

Não podemos determinar para Deus como Ele deve manifestar-se. O Senhor é soberano e se comunica da maneira que preferir. Se Ele desejar usar uma pessoa para me entregar uma mensagem, eu aceito. Se escolher usar alguém com uma palavra profética, como já usou para abençoar minha vida, eu recebo. Se Ele quiser me dar um sonho, uma revelação, eu concordo. A maioria das vezes que Deus fala conosco, o Espírito de Deus testifica ao nosso espírito.
Ele pode comunicar-se de forma sobrenatural conforme fez com Moisés em Êxodo 3.2-4, usan­do uma sarça. E quem somos nós para impedir?

E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma cha­ma de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E vendo o Senhor que se virava pra lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moi­sés. E ele disse: Eis-me aqui.

A maneira mais usual de Deus falar é por meio das Sagradas Escrituras. No entanto, muitos não querem ler a Bíblia. Têm preguiça. Estão acos­tumados com a cultura da facilidade. É mais rápido ouvir alguém dizer o que Deus está falando do que buscá-lo com o joelho no chão e a cara no pó.
Mas quero destacar a história de Ana (1 Sa­muel 1.9), esposa de Elcana, mulher de oração. Em meio à decadência espiritual de Israel, ela despontou como uma mulher de fé.
A vida de Ana era marcada pelo desespe­ro. Apesar de ser valorizada e amada pelo mari­do, ela não podia ser mãe; e isso era algo terrível na sociedade judaica da época. Que achava que a esterilidade era uma maldição.
Mas Ana conhecia o Senhor profundamen­te. Tinha intimidade com Ele. Por isso, além das lá­grimas e das orações, ela fez um voto a Deus, pro­metendo dar o próprio filho para servir ao Senhor, se Ele permitisse que ela concebesse um menino. Deus honrou a fé ousada de Ana. Ela gerou Sa­muel, e cumpriu seu compromisso com o Senhor.
Mesmo com o coração apertado de mãe, ela não hesitou em cumprir o que prometera, pois tinha convicção sobre o Deus a quem servia. E Samuel foi um líder espiritual de grande importância, que levou a nação de Israel a voltar-se para o Senhor.
Somente aqueles que possuem uma vida com Deus de entrega e renúncia têm coragem de firmar um compromisso com Ele assim como fez Ana, pois sabem que o Senhor tem o poder de mover o céu e a terra para atender a um clamor, segundo a Sua vontade e ao Seu tempo.

A voz do Senhor
Relacionamento com Deus não é unilate­ral; nem a oração é um monólogo, é diálogo. Tem gente que imagina Deus com um punhal na mão, pronto para cravar em quem lhe aborrecer. Outros imaginam que se falarem com Ele num momento inconveniente, Ele vai exasperar-se e dizer: "Cale a boca! Não quero nem ouvir sua voz! Se falar mais uma vez, arrebento você! Não quero, não quero, não quero! Só eu que falo!"
Mas no episódio com Isaías, vemos como Deus é educado. Ele perguntou: A quem enviarei? Quem há de ir por nós? (Isaías 6.8a). Antes de reve­lar Sua vontade, Isaías precisou dizer: Eis-me aqui. Envia-me a mim (v. 8b). Só então Deus revelou Sua vontade a Isaías: Então dize a este povo (Isaías 6.9a).
Sabe qual é a lição aqui? Para Deus se co­municar conosco, Ele deseja ouvir-nos primeiro. Aí está o segredo da oração: Ele fala, mas quer ouvir-nos também.
O diabo trabalha para que eu e você não utilizemos a oração. Satanás sabe que quan­do conversamos com Deus, o Senhor responde e move o mundo espiritual. Sabe que o Criador deseja dialogar conosco. O Todo-Poderoso quer ouvir a nossa voz, e manifestar-se.
Além disso, quanto mais nos aproximar­mos do Pai, maior será o grau de intimidade que teremos com Ele, e conseqüentemente Sua voz soará mais alto aos nossos ouvidos.
Isaías entendia perfeitamente a mensagem que Deus estava transmitindo-lhe. E você? Também compreende a vontade do Senhor para a sua vida?
Não diga que não percebe o que o Todo-Poderoso está mandando você renunciar, porque, com certeza, é compreensível. Deus não fala truncado, de maneira torcida. Ele se apresenta de modo que o homem o entenda.
E impossível fugir da vontade de Deus. Re­belar-se contra Ele, fingindo que não o compre­ende é pedir para sentir a mão disciplinadora do Pai. Não faça isso. Quando Ele ordenar-lhe algo, obedeça-lhe prontamente.

E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.
Lucas 6.46-48

A desobediência não é uma opção. O Pai é glorificado quando fazemos Sua vontade e obedecemos-lhe de coração.





Capítulo 5

Deus age no individual


O que Deus tem falado, cobrado, pedido, si­nalizado para você? Não finja que não compreende.
Atente para o que o Todo-Poderoso disse a Isaias: A quem enviarei, e quem há de ir por mim? Observe que o sujeito parece indeterminado: quem. Mas Isaías sabia que o Senhor falava com ele, e prontificou-se: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então, Deus falou diretamente com o profeta.
Essa passagem deixa claro que o Senhor se dirige do coletivo para o particular; do geral, para o individual.
Eu prego para todos indistintamente. No entanto, quando a mensagem penetra no coração de uma pessoa, ela diz: "Senhor, sou eu, ajuda-me, eu preciso!" Então Deus trata pessoalmente com ela.
O Pai sempre se manifesta de maneira ge­ral; mas, quando alguém se prontifica, Ele age no individual. Quando o cristão se dispõe, o Criador opera na vida dele.
Lembro-me de que, aos 15 anos, eu, filho de pastor, vivia com um grupo de amigos, fazen­do bagunça na igreja. Eu gostava de sentar no final do templo com eles. Mas um dia, num congres­so da juventude da minha igreja, o pastor Elizeu Menezes, da Assembléia de Deus na Ilha do Go­vernador, Rio de Janeiro (RJ), estava pregando a mensagem Avivados para Evangelizar. Deus usou aquele homem para falar comigo. Eu disse: "Sou eu! Preciso acertar-me, servir a Deus".
O pastor Elizeu falava de maneira geral. Meus amigos estavam próximos a mim. Entretan­to, na hora em que ouvi aquela palavra, afirmei: "E comigo, aviva-me, muda-me, Senhor! Preci­so servir-te melhor". E a partir daquele dia, Deus mudou a minha história, porque atendi à Sua voz, ao Seu chamado.
Ao fim do congresso, um grupo de garotos foi impactado pela mensagem; outros, não. De­pois, eu e o primeiro grupo iniciamos um trabalho de madrugada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Durante anos, toda sexta-feira, passávamos das 22 horas às 4 horas da manhã pregando nas portas das boates. Foi um laboratório, uma escola fantás­tica, para a minha vida ministerial.
Você pode estar dizendo: "Jesus, sou eu, preciso ter um relacionamento contigo. Necessi­to acertar a minha vida, consertar-me. Deus, eis-me aqui!" Sabe o que acontecerá? Atente para o que o Senhor disse a Isaías quando viu a sua dis­ponibilidade. Deus disse, vai e dize a este povo... (Isaías 6.9a). E Isaías se tornou o maior profeta messiânico da Bíblia. Nenhum outro falou tanto acerca do Cristo.


No centro da vontade de Deus
Com isso, é possível aprender que o me­lhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus.
O que o Senhor deseja para a sua vida? O que você precisa renunciar? O que é necessário deixar, abandonar? Para onde você deve ir? Não é o lugar que faz a diferença, nem o emprego ou o dinheiro, é a presença de Deus em nossa vida.
O lugar mais terrível por onde já passei pelo menos umas onze vezes foi o deserto na Península do Sinai. Lá é tão seco, que é essencial beber água mesmo sem vontade, para evitar a desidratação. De manhã faz 45 graus! De noi­te, 1 grau. O sol é escaldante pela manhã; e, à noite, o frio é de rachar. Mas foi no deserto que houve a Shekinah, a manifestação da glória de Deus, para Israel.

Assim partiram de Sucote, e acamparam em Etã, à entrada do deserto. E o Senhor ia adian­te deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.
Êxodo 13.20-22

Para aquele povo que caminhou no deser­to, o que fez a diferença foi a presença de Deus, que garantiu comida e água todos os dias; nuvem para amenizar a fúria do sol durante o dia; e a coluna de fogo à noite, para aquecer e espantar os animais selvagens. Além disso as roupas e as sandálias dos israelitas não apodreceram e nada faltou, porque Deus garantiu o sustento deles.
A presença e a vontade do Criador na nos­sa vida fazem toda a diferença!

Buscando um encontro com Deus
O que Deus tem falado e tratado com você? Não diga que não entende a determinação do Senhor. E hora de tomar uma decisão. O Cria­dor tem o melhor para a sua vida. Eu não tenho, mas o Pai celestial tem.
Há pessoas que conhecem o Evangelho, mas hoje estão completamente caídas e arrasadas. Se você é uma dessas pessoas, se está distante de Deus, volte! Não foi o Senhor que se afastou de você. Ele não se distancia de ninguém. Leia o que Jesus prometeu em Mateus 28.20b: Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Ainda há tempo! Reconcilie-se com o Senhor.
Se você ainda não teve um encontro com Deus, mas deseja isto, a única maneira é arrepen­der-se dos seus pecados, confessá-los e reconhecer a soberania do Senhor. Peça a Ele para ir ao seu encontro, para falar ao seu coração, convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo. Peça para Jesus ser o seu Salvador e Senhor, e mudar a sua história. Ele terá prazer em atender ao seu pedido.
Confie em Deus! Lance sobre Ele todas as suas necessidades, os seus questionamentos, as suas tristezas, os seus sonhos, os seus pecados, e desfrute do cuidado e do amor do Salvador.
O melhor de Deus está por vir. No entan­to, isso só acontecerá se você reconhecer o seu estado carente da misericórdia divina e clamar ao Senhor pela manifestação do Seu poder, que lim­pa, perdoa e purifica você.
Em Jeremias 1 7.7.8, está escrito:

Bendito o varão que confia no Senhor; e cuja esperança é o Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende as suas raí­zes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.

Para que eu e você, independente das circunstâncias, fiquemos firmes na presença de Deus, dando bons "frutos", é necessário um en­contro verdadeiro e real com o Senhor. É preciso ter experiências com Deus.
O que nos manterá seguros na Rocha não é a religião, a igreja ou o pastor fulano de tal, e sim as nossas experiências pessoais com nosso Criador, que gerarão a certeza de que só o Senhor é Deus e que Sua Palavra é a verdade; o guia que Ele providenciou para nos revelar um pouco sobre Sua pessoa e sobre os princípios que estabeleceu para uma vida abundante.
Atente para o que o Senhor diz em Isaías 43.11-13:

Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador. Eu anunciei, e eu salvei, e eu fiz ouvir; e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, eu sou Deus. Ainda antes que houvesse dia, eu sou, e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos: operan­do eu, quem impedirá?

Agora, ore: "Senhor, eu quero ter uma ex­periência contigo. Muda a minha vida, a minha história. Perdoa os meus pecados. Manifesta o Teu poder e a Tua graça. Liberta-me, restaura-me. Creio que o Espírito Santo fará uma nova obra poderosa em minha vida. Que sejam quebradas, pelo poder do nome de Jesus, todas as correntes que me assolam. Pai, eu entrego a minha vida em tuas mãos. Amém".






Um comentário:

  1. Quero agradecer a todos os que fazem parte da BIBLIOTECA CRISTÃ,seus escritores e idealiza-dores,de onde foram retirados estes materiais apenas para leitura e edificação de cada leitor,quero convidar aos meus amigos e irmãos que visitem o site biblioteca cristã, que Deus os abênçõem.

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